sábado, 4 de dezembro de 2010

Esqueletos no armário

                                               




E é nos momentos de céu enegrecido pelas nuvens de adversidades que abro as portas de meu armário e encaro cada um dos esqueletos empoeirados que lá se acumularam com o passar dos anos.


Olho-os um por um, focando suas faces, fitando-os nos olhos, mas só há órbitas vazias. Ainda assim sou capaz de reconhecer nesse espaço o motivo de cada um deles estarem guardados lá.


Tudo é escuro. Tudo é cinza. Tudo é triste. Tudo é seco.


Conheço cada um de meus esqueletos desde o topo de seus crânios até as pontas das falanges de seus dedos. Talvez seja de enterrá-los. Hora de deixá-los descansar em paz, em um lugar onde mesmo em dias em que o céu esteja enegrecido pelas nuvens de adversidades, eles não possam me alcançar. Por mais que queiram tentar.


Talvez seja chegada a hora do sol voltar a brilhar. Talvez seja chegada a hora de voltar a enxergar cores. Sentir novos perfumes... deixar fluir de meus poros o que tenho de melhor a oferecer às pessoas. Não a todas, só às que eu julgar que merecem.


Hora de sorver e absorver a música e regurgitá-la mais adocicada. “Let´s Play!!” “Let´s Rock!!”


Nunca se está livre de dar um mau passo, e assim sendo corre-se o risco do aparecimento de algum esqueleto novo, ou pior, a volta de um antigo... mas com a dor vem também a experiência. A vida é cheia de riscos. Cada fracasso traz um novo aprendizado.